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4 de março de 2011

SOS SAÚDE DA POPULAÇÃO CEARENSE - CHEGADA DAS ÁGUAS POLUÍDAS DO VELHO CHICO PREOCUPAM


Canal de Acarau - CE

Pesquisa identifica qualidade da água nos açudes do Ceará para piscicultura

Meus Prezados,
Em nossa opinião, essa pesquisa deverá ser refeita quando da chegada das águas do rio São Francisco nos açudes cearenses. No setentrional
nordestino, as águas do Velho Chico, poluídas como estão, irão mudar o
cenário produtivo da região, na nossa ótica para pior e, inclusive,
interferir na saúde da população residente. É viver para crer. Está no
Rema. Confiram. (ENG. SUASSUNA)
Estudos científicos visam garantir sustentabilidade ambiental aos investimentos na ampliação da pesca.
Estudo de Qualidade de Águas em Açudes Cearenses identificou os parâmetros físico-químicos de quatro reservatórios do Ceará - Castanhão, Orós e Banabuiu, os três maiores, e Riacho do Sangue -, que correspondem a 64% do volume de água dos 118 açudes com potencial para piscicultura.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Centec para a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), para dar respaldo científico de sustentabilidade ambiental na atração de investidores para a ampliação da produção de pescado nos açudes do estado.
O coordenador de Cadeias Produtivas de Aquicultura e Pesca da Adece, Pedro Lopes, informa que o estudo foi feito para atender à necessidade da empresa espanhola Pesca Nova, que condicionou a garantias ambientais o investimento no projeto de produção de 40 mil toneladas de tilápia. Segundo ele, a empresa argumentou que o aspecto da sustentabilidade ambiental é muito forte na Europa, e exigiu um estudo que comprovasse não haver impacto ambiental no empreendimento. "A missão da Adece é atração de empresas", afirmou Lopes.
Coordenado por Jeanete Koch, do Instituto Centec, com apoio da Adece, o estudo avaliou 18 indicadores de qualidade de água para piscicultura nos açudes cearenses. Hoje, o Ceará produz cerca de 25 mil toneladas de pescado nos açudes. Conforme o engenheiro de pesca da Adece, a produção pode chegar a 240 mil toneladas em 15 anos. "Os açudes suportam bem a ampliação, sem afetar a qualidade da água", ele assegura.
"A capacidade de produção está muito aquém do que pode ser feito na piscicultura. Pode ser pleiteado o aumento da produção nos açudes, sem interferir na qualidade da água", conclui Pedro Lopes. No curto prazo segundo ele, a produção pode chegar a 40 mil toneladas por ano, sem problema.
Para o sucesso dos cultivos, todavia, a Adece considera de fundamental importância obter dados e informações sobre diversos indicadores físicos-químicos de qualidade da água dos açudes cearenses. A ideia é manter o monitoramento com base nos parâmetros físico-químicos observados anualmente ou a cada dois anos.
Pedro Lopes disse os avanços na metodologia do cultivo visa à sustentabilidade da produção dos açudes, ao dar subsídios para trabalhar dentro de uma realidade de respeito à qualidade da água. Segundo ele, já tem orçamento definido para a continuidade do estudo para mais 57 açudes ainda este ano.
A encomenda da segunda etapa dos estudos de qualidade da água dos açudes pelo Instituto Centec será feita pela Secretaria estadual da Pesca, criada este ano, com a missão de fazer a gestão da atividade, tanto em águas continentais como marinha. A Adece continuará focada na atração de empresas para o Ceará, observa Pedro Lopes.
Legislação se baseia em parâmetros alheios à realidade regional
De acordo com Lopes, no estudo foram utilizadas imagens de satélite para estabelecer com precisão a localização dos açudes e como se comporta a área de entorno, matas ciliares, assentamentos urbanos e outros aspectos, de modo a identificar possíveis impactos na qualidade da água. Todos os pontos para coleta de água nos açudes na pesquisa estão georeferenciados.
Outro subsídio importante trazido pela pesquisa de qualidade de águas dos açudes é a oferta de subsídios às entidades ambientais e de outorga de licença para a implantação de parques aquícolas com a instalação de tanques-redes, com o estabelecimento de parâmetros físico-químicos com dados da realidade dos açudes do Ceará. As normas de qualidade da água vigentes no Brasil são da década de 70 e originárias de países temperados, daí a necessidade de uma padronização dos parâmetros com base na realidade regional.
A legislação vigente se baseia em resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) fixada em parâmetros físico químicos de qualidade da água em reservatórios de países temperados. A Agência Nacional de Águas (ANA) é o órgão que concede a outorga para criação de pescado em tanques-redes.
O estudo recomenda levar em conta os aspectos físico-econômicos das bacias hidrográficas em que se encontram localizados os quatro açudes da avaliação para melhor compreensão do comportamento da qualidade da água desses açudes. A coleta de amostras da água para a pesquisa ocorreu em pontos específicos dos quatro açudes estudados em profundidades de 0,3 metro, cinco metros e 10 metros. As incursões ao campo foram realizadas em dezembro de 2009, janeiro, fevereiro e março de 2010.
Os parâmetros físico-químicos foram verificados e registrados in loco e a análise de nutrientes a partir de amostras de água coletadas foram levadas em recipientes de vidro ao laboratório especializado da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec). Os pontos de coleta foram distribuídos de forma a representar significativamente a amostragem de cada açude, tendo sido georeferenciados com auxilio do software GPS TrackMaker 13.6. A análise compreendeu os parâmetros de temperatura, condutividade elétrica, TDS, salinidade, saturação de OD, OD, pH, cloreto, amônia, nitrato, nitrito, nitrogênio total, fósforo total, turbidez, UNT, clorofila, coliformes termotolerantes e bactérias heterotróficas.
Ceará lidera produção e consumo de tilápia
A tilápia (Oreochromis niloticus) lidera o cultivo de pescado nos açudes do Ceará. A produção cresce com o estímulo de um mercado regional receptivo. O estado é o maior polo produtor e consumidor de tilápia do Brasil. A piscicultura é favorecida pelo clima local, a boa adaptabilidade de várias espécies, e pelo trabalho pioneiro do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), na Estação de Piscicultura Rodolfo Von Ihering de Pentecoste, a disponibilidade de açudes privados e públicos.
A Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) gerencia 133 açudes. "A disponibilidade de açudes públicos gerenciados pelo Estado favoreceu a rápida expansão dos cultivos, sobretudo em tanques-redes", contata a pesquisa.
Em 2002, o Dnocs enviou dois técnicos à Tailândia para buscar matrizes de alevinos de tilápia. A tilápia geneticamente pura, sem alteração, só existe naquele país asiático. Embora seja tilápia do Nilo, até ali é escassa. Na Tailândia ela foi conservada na fazenda do imperador Hiroito e se disseminou pelo país. A importação dos alevinos de tilápia gerou estudos no Dnocs, que dominou o seu ciclo reprodutivo com melhoramento genético e disseminou alevinos para açudes de todo o Nordeste por meio das estações de piscicultura.
(Flamínio Araripe)
É o Núcleo de Estudos e Articulação para o Semiárido (NESA), da Fundação Joaquim Nabuco, divulgando a realidade do Nordeste seco.
ENVIADO PELO COLABORADOR Eng. João Suassuna — NESA/FUND. JOAQUIM NABUCO - UFPE

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