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13 de março de 2009

BILHÕES SOFRERÃO COM FALTA DE ÁGUA E SANEAMENTO, DIZ RELATÓRIO DA ONU




Demanda por água vai se agravar

Relatório da ONU estima que bilhões sofrerão com falta de saneamento

Carlos Albuquerque - “O Globo” - 13 de Março de 2009

A cada ano, o mundo, já habitado por seis bilhões de pessoas, ganha 80 milhões de novos habitantes, a maior parte de países em desenvolvimento. Com eles, cresce a demanda por água e seus serviços básicos, agravando um cenário de escassez que, apesar dos constantes alertas, só se agrava. É o que destaca um novo relatório da Unesco, divulgado ontem, sobre o uso da água.

O documento confirma que, sem medidas contra o desperdício e a favor do consumo sustentável, o acesso à água potável e ao saneamento serão ainda mais reduzidos. A Unesco estima que cinco bilhões de pessoas sofrerão com a falta de saneamento básico em 2030.

— Com recursos cada vez mais escassos, o gerenciamento correto e o consumo sustentável se tornam essenciais para que se mantenha o acesso às fontes de água, evitando o agravamento da fome no planeta — diz diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsura.

Publicado a cada três anos, o relatório atual enfatiza a importância da água no desenvolvimento e crescimento econômico. Na África, destaca o documento da Unesco, meio bilhão de pessoas ainda sofre com a falta de condições básicas de saneamento.

Esse panorama se reflete no fato de que 80% das doenças nas nações em desenvolvimento estão relacionados com a água, causando cerca de três milhões de mortes precoces por ano. Cinco mil crianças morrem por causa da diarréia a cada dia no mundo, sendo que cerca de 10% das doenças poderiam ser evitadas com medidas básicas de saneamento e higiene.

Crescimento populacional significa também mais pressão na agricultura, setor que mais consome água no planeta (cerca de 70%). Caso os atuais métodos de irrigação do solo não sejam aprimorados, a demanda do setor agrícola por água vai aumentar entre 70 e 90% até 2050.

No Brasil, desperdício na agricultura

Apesar de ser o país com a maior reserva de água doce do planeta, o Brasil não está imune aos problemas de escassez e mau uso, principalmente no setor agrícola, onde o desperdício é muito grande. Quem garante é José Antonio Frizzone, professor da USP e coordenador do recém-criado Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Engenharia de Irrigação, que vai, segundo ele, “estudar o uso racional da água na agricultura”.

— A água é mal utilizada por todos os setores da economia, em particular na irrigação, onde ela é utilizada com baixa eficiência — explica o especialista. — O Brasil ainda está muito aquém de uma produção agrícola sustentável.

Segundo ele, faltam assessoria e informação especializada para evitar que o setor agrícola não desperdice tanta água durante a produção de alimentos no Brasil.

— Em geral, o agricultor usa mais água do que o necessário. Na falta de controle e informação, ele tenta irrigar mais, com medo de irrigar menos. E assim, ele acaba desviando nutrientes do solo, causando erosão e um gasto maior dos recursos hídricos.

A solução, diz o professor da USP, seria uma política nacional de águas mais eficiente, incluindo campanhas incisivas contra o desperdício, seja no campo ou na cidade.

— Não temos educação para a economia de água. Precisamos mudar isso. Gastamos no campo, mas também somos ineficientes nas cidades, onde gastamos muita água sem necessidade, seja no banho longo ou na torneira que deixamos aberta. E água não é só quantidade, mas acima de tudo qualidade.
(O Globo, 13/3)

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